Excesso de telas em crianças pode causar sintomas que se confundem com autismo?gazetadevarginhasi14 de jan.11 min de leituraReproduçãoAs telas são um veneno. Eu não sabia o mal que estava fazendo ao meu próprio filho." Nadia David Peres, de 45 anos, precisava aliar uma rotina atribulada no trabalho como médica aos cuidados com o pequeno Breno, que hoje está com três anos. Ela cumpria parte das horas do expediente em casa, realizando atendimentos à distância no perÃodo da tarde — e encontrou nas telas uma maneira de manter o filho entretido por longas horas. Segundo a mãe, Breno ava uma média de seis horas por dia assistindo desenhos. "Muitas vezes, para conseguir trabalhar, precisava deixá-lo no celular ou no tablet. E ele ficava ali quietinho, assistindo", relata ela.Em março deste ano, porém, a situação começou a mudar de figura. "Recebi uma carta da escola em que ele estudava que chamou a atenção para um comportamento muito parecido com alguns sintomas tÃpicos do autismo", diz Peres. Pule Novo podcast investigativo: A Raposa e continue lendo Logo: A Raposa Novo podcast investigativo: A Raposa Uma tonelada de cocaÃna, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês Episódios Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa "Ele não olhava nos olhos dos outros durante interações sociais, era agressivo com outras crianças, mordia, batia, não se concentrava em nenhuma atividade, se recusava a comer certos alimentos, tinha birras excessivas e não podia ser contrariado", lista ela. Peres diz que a carta não chegou a surpreendê-la, pois ela já observava muitas dessas caracterÃsticas do filho em casa. Mas receber o comunicado foi a gota d'água para finalmente buscar ajuda profissional. "Marquei uma consulta com uma neuropediatra, que me perguntou sobre a rotina do Breno. Quando descrevi nosso dia a dia, ela constatou que estava tudo errado e meu filho tinha uma exposição excessiva à s telas", conta Peres. Após a avaliação, a famÃlia decidiu cortar totalmente o contato com esses aparelhos. "E a melhora dele foi absurda. Em questão de duas semanas, o Breno ou a interagir mais, deixou de agredir os colegas, diminuiu as birras… Agora ele come de tudo e está muito mais feliz", descreve Peres. "Eu realmente não fazia ideia de quão errados estávamos. Antes de fazer essa mudança e cortar as telas, eu ia em restaurantes, observava outras crianças chorando ou correndo e pensava: 'Gente, por que esses pais não dão um desenho para elas assistirem">bottom of page